Moro manda investigar sítio de Lula, mas em separado e sob sigilo
O juiz Sergio Moro, titular da Vara Federal de Curitiba e
coordenador da Operação Lava Jato, autorizou a Polícia Federal a
investigar as denúncias envolvendo o sítio atribuído ao ex-presidente
Lula em Atibaia, interior de São Paulo. Há a suspeita de ocultação de
patrimônio e, portanto, de sonegação fiscal.
Oficialmente, o sítio em Atibaia está em nome de dos jovens sócios de
Fábio Luis Lula da Silva, o "Lulinha", escolhidos para o papel de
"laranjas", mas quem o frequenta é o ex-presidente e sua mulher, Marisa,
que inclusive fez uma horta e cria patos na propriedade.
O sítio foi inteiramente reformado e ampliado, em obra paga pela
construtora Odebrecht em dinheiro vivo. A reforma, que incluiria uma
fabulosa adega, custou cerca de R$800 mil, além da cozinha modulada
Kitchens, a mais cara do mercado, e dos eletrodomésticos, no valor de R$
250 mil, pagos pela OAS, que adquiriu na mesma loja móveis e
equipamentos idênticos para o tríplex de luxo do ex-presidente na praia
do Guarujá (SP).
Ao contrário dos suspeitos de serem "laranjas", o sítio seria
exclusivamente frequentado por Lula e Marisa. Registros dos seguranças
do ex-presidente, que são funcionários da Presidência da República,
revelam que Lula este no sítio 111 vezes. Incluindo os recentes feriados
de Natal e Ano Novo.
Por determinação de Moro, a investigação sobre a negociata envolvendo
a propriedade, solicitada pela Polícia Federal, será feita
separadamente e em "sigilo". Mas há outras investigações em curso
envolvendo a suposta oculpação de patrim|ônio do ex-presidente, como a
que se desenvolve no âmbito do Ministério Público Estadual de São Paulo.
Diário do Poder
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