12/11/2015

ROBERTO VARELA: O VELHO TINHA RAZÃO!


Por: Digo Fontes Passos Aguiar
 
O velho tinha razão!
 
(Exaltação a Roberto varela, um homem que não tinha apenas sangue azul).
 
Qual cego Tirésia na tragédia “Édipo Rei”, previu a maldição que cairia sobre TEBAS. O velho oráculo ceará-Mirinense, antes de quedar inerte no amado solo pátrio, preconizou com autoridade visionária, o opróbrio, a praga que assolaria a terra dos rios do açúcar. Com o coração untado de amor, o nosso nobre e avelhantado sábio advertiu e não foi ouvido, ele que descende da mais nobre estirpe de exaltados pioneiros da Seara Pequena, terra que já foi a Canaã dos errantes, onde emanava leite e mel de mais puro afino. Ele que teve berço e dons privilegiados, currículo invejável, amizades influentes no mundo inteiro, e que bem poderia ter alçado voos mais altos pelo planeta, mas Roberto Varela, “um provinciano incurável doente de amor por Ceará — Mirim”, digno da mais insigne honraria, muito mais pelos feitos heroicos e devoção ao solo pátrio, do que pelo sangue azul que corria em suas veias. O mais autêntico e altivo gentleman do verde vale, preferiu caminhar em seu estimado torrão Natal. Deixando em seu testamento a mais valiosa relíquia: O seu desejo de ser enterrado em cova rasa do precioso solo Massapé, tão bem fecundado pelos seus bravos ancestrais. E se fosse cremado, pediu que jogassem as suas cinzas no vale amado.
Reverberado pelos ventos andejos que vem das alturas, já ouvimos com frequência a estridência melodiosa do seu grito, ecoando nas campinas verdejante do vale fecundo, conclamando aos seus errantes munícipes, um mutirão de salvação, um pacto abrangente, “não □ serviço do EGO, e sim da COMUNIDADE”. Onde estiver, oh velho sábio! Acenda o seu fanal para orientar esta juventude, que rumará com o seu aferido azimute, movida pela esperança radiosa que alimenta a alma dos desesperados. Parafraseando Augusto dos Anjos: A esperança, esta mítica “rosa verde” do vale, que não murcha, e que tem pernas que não cansam. Foram-se os sonhos nas asas da descrença, e que voltem os sonhos nas asas libertárias da esperança, voltando a residir os corações desolados dos Ceará - Mirinenses.
Retumba dentro de nós o apelo lúcido do Moisés da Vila Briosa, cujos olhos eram duas chamas verdes intensas de amor por sua terra, a brilhar nas escuridões do tempo, nos dizendo: Que não podemos mais assistir com “resignação sem queixas” ao destino assombroso do vale verde, nas mãos das ferozes esfinges que atemoriza a gente sofrida, nascida às margens do rio “Baquipe”, nação de Cana Brava, fundada por seu trisavô Manoel Varela do Nascimento, primeiro Barão do Rio Grande do Norte.
Esperamos que interceda por nós no plano superior, o Senhor que morreu de amor pelo vale promissor, vale risonho fertilizado a mel, sentimento expressado no dramático instante que antecedeu o seu último suspiro na vida terrena: Antes adentrar nos prados celestiais, denso de nostalgia, contemplava do seu alpendre na edênica Nascença, o lindo envoltório vegetativo do mundo encantado dos Varelas. Neste instante melancólico, tinha os seus olhos verdes diáfanos, marejados de uma dor inefável, pela incisiva saudade antes da partida, do seu lugar querido, somando-se a ela, a apocalíptica previsão que o mestre estadista fazia do destino desolador de sua gente. Peça a Deus, caríssimo Diplomata, um messias para a política Ceará-Mirinense, para liderar o nosso povo padecido. Alguém com a sua peculiar e inesquecível austeridade, capaz de promover definitivamente a redenção do vale. Que os bons ventos tragam o iluminado emissário com suas bem aventuranças, para que o shamam de Shangrilá possa ungi-lo, batizando-o nas águas sagradas do riacho da goiabeira. Assim como Samuel que emergiu como o último juiz e ungiu os dois primeiros reis na terra santa, Saul e Davi. Devolvendo terminantemente a nossa gente: A alegria, a autoestima, o orgulho de ser Ceará-Mirinense, e como já dizia o Juvenal Antunes; alguém que com altruísmo e senso humanitário capaz de pôr “um pão em cada boca e um amor em cada coração do Ceará-Mirinense!”.
Em Ceará-mirim o velho sábio viveu, vive e viverá...

3 comentários:

Anônimo disse...

Depois que morre é santo, venerado. Quando era vivo, num parava pra falar com ninguém. Quem não lembra???

Anônimo disse...

Vc ta engado meu Nobre, talvez ele não o tenha encontrado nas esquina da vida, magoa não constrói amor, despedaça-o!

ze disse...


tá fazendo falta, tá fazendo falta, tá fazendo falta, falta a todos nós! (bis)