Após cortes do governo, construtoras preveem obras paradas e demissões
Os cortes no Orçamento anunciados na sexta-feira devem ter um impacto
profundo em um setor que já atravessa um momento difícil: a construção
civil. Segundo empresários, a redução no volume disponível de recursos
para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e para o programa
Minha Casa, Minha Vida deve levar à paralisação de obras e aumentar as
demissões no setor, que já estão em nível muito alto.
No total, os dois programas vitrines do governo Dilma Rousseff terão
redução de quase 33 bilhões de reais no Orçamento. O volume representa
quase metade de todo o corte orçamentário, de 69,9 bilhões de reais.
“Ninguém tem dúvida de que o ajuste fiscal é necessário para o país,
mas basear os cortes em investimentos é muito ruim”, afirma o presidente
da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos
Rodrigues Martins. Ele destaca que, antes mesmo do corte, o setor já
vinha sofrendo com o desaquecimento da economia e também com os
desdobramentos da Operação Lava Jato. Só no período entre outubro de
2014 e abril deste ano, a indústria da construção perdeu 290.000 postos
de trabalho – número que deve aumentar daqui para frente, diz o
executivo.
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