Chamado de "filha do diabo", transexual é recebido pelo papa Francisco no Vaticano
Aos 40 anos, o espanhol Diego Neria Lejarraga adotou a identidade de
gênero masculina após uma cirurgia que daria novo significado à sua
vida. Criado em família católica tradicional, Diego nasceu menina e, a
exemplo de outras pessoas na mesma situação, nunca se sentiu mulher.
Oito anos depois, quando contou ao líder da igreja de Estremadura,
sua cidade natal, foi proibido de comungar. Também foi chamado de “filha
do diabo”. O incidente levou Diego a enviar cartas ao Papa Francisco,
que no último sábado, 24 de janeiro, recebeu ele e sua namorada na
residência de Santa Marta no Vaticano. No encontro, o homem relatou sua
situação de exclusão ao ser expulso da paróquia pelo padre e com apoio
dos fiéis.
O papa da diversidade
Conhecido por sua postura mais aberta dentro da Santa Sé, o papa
Francisco se torna notável pela aproximação a fiéis homossexuais e
transexuais. Em 2013, o clérigo deu sinais de possíveis mudanças dentro
da igreja ao afirmar “se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu
para julgá-la?”.
Apesar da resistência das alas mais conservadoras do Vaticano, há
setores interessados em discutir a questão, inclusive com a criação de
grupos de estudo sobre as uniões gays. O tema será uma dos assuntos
discutidos no Sínodo da Família, encontro entre religiosos que acontece
em outubro.
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